Como já mostramos neste artigo, as traças adoram roupas feitas com fibras naturais (lã, algodão) – elas corroem o tecido causando estragos irreversíveis. Por isso, é assustador abrir uma gaveta e encontrar traças ou mesmo uma barata.
Desde os tempos da vovó, porém, um repelente tem sido vastamente utilizado por donas de casa: a naftalina.
Trata-se de um hidrocarboneto do grupo dos aromáticos, o naftaleno, que possui dois núcleos aromáticos condensados com a propriedade de sublimação (passagem do estado sólido para o gasoso de forma direta). E são esses vapores liberados que matam as traças e suas larvas, também servindo para afugentar baratas, formigas e até mesmo ratos.
Acontece, porém, que esses vapores não são tóxicos apenas para os insetos – o ser humano também fica exposto ao risco ao inalar tal substância. Esta é uma das justificativas para o porquê de a naftalina não ser atualmente a melhor opção para o controle de pragas.
O uso da naftalina tem sido tão controverso que a própria OMS (Organização Mundial de Saúde) já alertou sobre os riscos da substância, recomendando que as pessoas não a utilizem em casa.
Os riscos da intoxicação com naftalina envolvem deficiência no sangue de glóbulos vermelhos, causando quadros graves de anemia hemolítica, em que a pessoa sente fadiga, falta de apetite, fica pálida, tem inquietação, diarreia, pode apresentar também sangue na urina, entre outros sintomas.
As mulheres grávidas e lactantes devem evitar a todo custo o contato com naftalinas, uma vez que a substância pode intoxicar o bebê, seja pela penetração na placenta, seja pelo leite.
Caso a naftalina seja inalada com frequência e em quantidade maior do que a adequada, pessoa intoxicada pode apresentar dores de cabeça, enjoos, tontura e confusão mental, irritação na pele e nos olhos (aumentando o risco de catarata), além de afetar o sistema respiratório.
O perigo pode ser ainda maior, caso crianças confundam as bolinhas brancas de naftalina com balas comestíveis. A ingestão pode provocar vômitos, diarreia e convulsões.
E tem mais: em um documento com linhas orientadoras para a qualidade do ar em espaços fechados, a já citada OMS juntou cerca de 60 investigadores internacionais de várias áreas, que estudaram nove poluentes que indiciam níveis máximos de exposição em casas, escritórios ou outros espaços fechados. Dos poluentes estudados, a naftalina foi classificada como um possível agente cancerígeno do trato respiratório para os humanos.
Diante deste quadro no mínimo assustador, conclui-se que o risco de usar naftalina é, sem dúvida nenhuma, muito maior do que os benefícios que ela apresenta. Se levarmos em conta a quantidade de produtos e alternativas que existem hoje em dia para combater as pragas urbanas, a necessidade de usar naftalina é nula.
Existem substitutos naturais e químicos para a naftalina – e é possível encontrar no mercado e na internet algumas opções, porém nada substitui a qualidade e o profissionalismo de uma empresa de dedetização.
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Fonte: Diário de Notícias
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